O medo de ter trombose por uso de anticoncepcional faz com que muitas mulheres se preocupem quanto ao tipo de pílula usado e até busquem outros métodos contraceptivos. No entanto, o assunto ainda é envolto em detalhes e dúvidas que devem ser esclarecidas para prevenir o problema.
A trombose é caracterizada pela formação de um coágulo na corrente sanguínea, a trombose pode bloquear o fluxo de artérias e veias de diversas partes do corpo. No caso da trombose venosa, a obstrução costuma ser nos membros inferiores e, se o coágulo se desprender, pode causar complicações graves como a embolia pulmonar.
Já a trombose arterial pode parar o fluxo de importantes vias do cérebro, coração e outros órgãos, gerando Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio. Anticoncepcional causa trombose?
Estudos apontam a teoria de que esse contraceptivo causa resistência às proteínas C-reativas, que são anticoagulantes naturais do organismo. Com isso, o sistema circulatório fica desequilibrado e mais propício a criar coágulos e, consequentemente, eventos relacionados à trombose.
Vale lembrar que nem todas as fórmulas são perigosas, sendo que as pílulas combinadas com estrogênio são as que estão mais relacionadas ao aumento de acometimentos vasculares e ainda que há outros fatores que podem aumentar ainda mais essa incidência.
Chance de ter trombose causada por anticoncepcional: Segundo cardiologistas, o uso de alguns tipos de pílula pode aumentar de 1,2 a 1,8 vezes a chance de desenvolver trombose arterial, quadro que causa AVC ou infarto agudo do miocárdio. Já o risco de ter trombose venosa fica de três a seis vezes maior ao tomar contraceptivo oral. Contudo, afirmam que o risco absoluto é baixo mesmo com esses quadros.
Fatores que contribuem para o risco da trombose: Um dos principais fatores para repensar o uso do anticoncepcional é a presença do histórico de doenças circulatórias e cardiovasculares na família.
A manifestação de trombofilia genética também é um motivo para considerar outros métodos contraceptivos. A condição é caracterizada pelo risco maior de eventos trombóticos devido a características genéticas que interferem na coagulação sanguínea.
Além disso, acometimentos que causam imobilização, como paralisia, aumenta a chance de desenvolver o problema pois diminuem a circulação do sangue, que é um dos grande motivadores para a formação de coágulos. Obesidade, diabetes, hipertensão e idade maior de 35 anos são outros fatores de risco.
Nestes casos, o ideal é optar por métodos que não apresentam risco de trombose, como pílulas apenas com progesterona, DIU, anel vaginal ou anticoncepcional injetável. Entretanto, apenas um médico saberá diagnosticar o quadro corretamente e indicar a melhor alternativa para evitar gravidez.
Anticoncepcional e tabagismo: Se o risco de trombose é normalmente baixo, mesmo para mulheres que usam contraceptivo oral, o quadro não é o mesmo para tabagistas, já que a combinação de pílula com estrogênio e cigarro eleva drasticamente a chance de ter trombose. “O risco aumenta principalmente para quem fuma mais de 15 cigarros por dia.
Sintomas de trombose causada por anticoncepcional: A trombose desencadeada pelo uso de contraceptivo oral é diferente dos demais quadros da doença. Sendo assim, os sinais podem ser divididos de acordo com o tipo de quadro trombótico apresentado.
Sintomas de trombose venosa: Esse tipo de trombose pode ser assintomático. Contudo, uma parcela dos pacientes apresenta as seguintes manifestações: Esse tipo de trombose pode ser assintomático. Contudo, uma parcela dos pacientes apresenta as seguintes manifestações: Os sintomas de trombose arterial estão associados ao tipo de quadro apresentado. Os mais comuns são AVC e infarto.
AVC: De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns de AVC incluem: Déficit de mobilidade, como paralisação, dormência ou fraqueza de um lado do corpo, Dificuldade na fala, Alterações visuais, Alguns tipos de dores de cabeça podem indicar AVC, como a cefaleia súbita e incomum
Infarto: Grande parte das pessoas que tem infarto não sabe que está passando pelo problema, visto que os sintomas costumam ser comuns a outros acometimentos, como: Dor no peito, arritmia, formigamento, Mal-estar, Enjôo, Vômito, Suor frio, Dificuldade de respirar, Queimação no estômago.
Um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet também indica que há alguns sintomas iniciais de infarto um mês antes de ele acontecer, como distúrbios respiratórios, dor no tórax não específica e desmaios.
Obs: Nem todas as pílulas elevam o risco de trombose. As que aumentam a incidência da doença são as do tipo “combinado”, que unem derivados do estrogênio (geralmente na forma de etinilestradiol ou estradiol) a outro hormônio. Os especialistas entrevistados nessa matéria explicam que mesmo assim não é preciso se preocupar demasiadamente, já que a chance de ter trombose é pequena mesmo para quem ingere esses medicamentos.